Previous Page  4 / 32 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 4 / 32 Next Page
Page Background

4

|

Jul-Ago/2016

|

Jornal AÇÃO

Acompanhar a tramitação de projetos que versam

sobre fundos de pensão é uma das prioridades da

ANABB, pois a entidade acredita que eles podem ter

impacto na vida dos associados. De 2015 para cá, esse

assunto ganhou ainda mais importância por conta das

movimentações ocorridas no Congresso Nacional.

A instalação da Comissão Parlamentar de Inquéri-

to (CPI) dos Fundos de Pensão deu notoriedade aos

déficits

ocorridos nos maiores fundos do país vincu-

lados ao Banco do Brasil (Previ), à Caixa Econômica

(Funcef), à Petrobras (Petros) e aos Correios (Postalis).

A ANABB acompanhou todo o trabalho e a influên-

cia que a CPI teve no Senado Federal, visto que al-

guns senadores se adiantaram aos resultados espe-

rados pela CPI e aceleraram a tramitação de projetos

que preveem regras mais rígidas na governança dos

fundos. Entre esses projetos estão o Projeto de Lei do

Senado (PLS) Complementar nº 388/2015, chama-

do de “projeto para combater a influência política nos

fundos de pensão”, que teve uma das mais rápidas

tramitações já vistas no Senado, apenas dez meses.

Com a aprovação do projeto no Senado, em abril

deste ano, o antigo PLS nº 388/2015 recebeu nova

numeração na Câmara dos Deputados e passou a ser

o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 268/2016.

A ANABB articulou-se com diversas entidades para

garantir que os avanços obtidos na governança da

Previ não fossem perdidos com as mudanças propos-

tas pelo governo. No entanto, a rápida aprovação no

Senado não considerou as sugestões encaminhadas

pelas entidades representativas dos participantes e

dos patrocinadores dos fundos de pensão. Sem ter

ouvido as entidades, o Senado aprovou um texto que

deixou de levar em conta a experiência de quem lida

com o tema em seu dia a dia e representa os mais

interessados pela boa governança dos fundos.

A partir daí, a ANABB mudou sua estratégia de atua-

ção política quanto à tramitação do projeto na Câmara. O

ponto principal defendido pela ANABB é a manutenção

da paridade nos órgãos de administração (Diretoria Exe-

cutiva e Conselhos Deliberativo e Fiscal) com garantia

de eleição de representantes dos participantes e dos

assistidos.

A imposição de um texto sem diálogo prévio trouxe

um cenário inédito: a união de todas as entidades dos

fundos de pensão, tanto de representantes de patro-

cinadores quanto de participantes, que se manifesta-

ram contrárias ao projeto na forma como foi aprovado

no Senado.

TRAMITAÇÃO RELÂMPAGO

Em meados deste ano, a Associação foi surpreendi-

da: o projeto teve novamente sua tramitação acelerada

e entrou na pauta da Câmara dos Deputados, em 8 de

junho, sem passar pela análise de nenhuma comissão,

para ser votado em regime de urgência. Desde então,

a ANABB entrou em uma batalha: uma luta de ideias,

diálogos, negociações e articulações que até agora

rendeu importantes vitórias para a Associação e para

as entidades envolvidas nas discussões.

Em seu texto original, o PLP definia o fim da eleição

de diretores nos fundos de pensão que são patrocina-

dos por empresas e órgãos públicos; e reduzia a re-

presentação dos participantes e dos patrocinadores

nos Conselhos Deliberativo e Fiscal, que antes ocupa-

vam metade das vagas nos conselhos e agora passa-

riam a contar com um terço delas, devido à inserção

de membros independentes contratados no mercado

por empresas especializadas.

Caso fosse aprovado na forma como veio do Sena-

do Federal, o PLP nº 268/2016 perderia a boa inten-

ção de resguardar os fundos de pensão e acabaria

com importante conquista dos participantes da Pre-

vi, alcançada a duras penas. Via de regra, os profis-

CAPA

Entidades representativas dos funcionários do BB e fundos de pensão

mostraram sua força namobilização por alterações ao Projeto de Lei

Complementar nº 268/2016, que trata da governança dos fundos

de pensão patrocinados por empresas estatais

ENTIDADES DOBB

DEFESA DA PREVI