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Jornal AÇÃO

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Set-Out/2016

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CARTA DO PRESIDENTE

possui apenas 15 dias para apresentar sua defesa.

Para recorrer de uma sentença, a União tem 30 dias,

portanto, o dobro do prazo comum, que é de 15 dias.

Vale lembrar ainda que, ao contrário do que mui-

tos pensam, a existência de jurisprudência não leva a

uma resolução imediata das questões submetidas ao

Judiciário. Existem muitos fatores que dificultam o an-

damento das ações, pois os processos estão sujeitos

a previsões legais e é impossível suprimir etapas.

O fato é que cada processo tem um tempo diferente

para ser julgado e liquidado, que depende de recur-

sos, atuação de juízes e demais membros da Justiça.

Até a prioridade que os idosos possuem na tramitação

dos processos, determinada pela Lei nº 10.741/2003,

muitas vezes não lhes é garantida, em razão dessa

morosidade.

E o que nos faz persistir? A certeza de que a ativida-

de judicial existe como a principal forma de concreti-

zar os direitos individuais e coletivos que estão consa-

grados nas leis, ou seja, a função mais importante da

Justiça é atender o povo, defendendo ou resgatando

seus direitos. Na matéria de capa deste jornal, damos

o exemplo da família de um associado que persistiu

em uma ação e está sendo beneficiada com valores

bem relevantes, fruto de uma ação judicial da ANABB

ajuizada em 2003 e liquidada em 2016.

Por fim, retorno à carta do associado citada

no início do texto. Ele diz que a filha assim o pede:

“Gostaria muito de receber uma dessas cartinhas

recheadas que meu pai vem recebendo”. Para ele e

para os mais de 93 mil associados da ANABB, deixo

meu compromisso: no que depender desta gestão, as

ações judiciais são uma prioridade; seguiremos pro-

curando os melhores escritórios e estudando profun-

damente teses e jurisprudências. Nossos processos

vão continuar gerando bons resultados, inclusive com

maior rapidez no repasse de informações aos asso-

ciados e no levantamento dos créditos em favor dos

autores. O importante não é vencer todos os dias, mas

lutar e persistir sempre.

A cada edição do jornal

Ação

, faço uma reflexão so-

bre como posso usar o espaço da Carta do Presidente

para transmitir mais esclarecimentos e informações

sobre assuntos de interesse dos associados. Tão logo

foi se aproximando o fechamento desta publicação,

tive acesso à carta de um associado que me sensibi-

lizou. Ele agradeceu a liquidação de um processo ju-

dicial de maneira muito altruísta, assim escrevendo:

“De fato, é nosso Deus quem concede a toda a equipe

da ANABB sabedoria, eficiência e perseverança para

buscar reaver, por meio da Justiça, o que perdemos há

mais de 20 anos”.

Parei para pensar como é bom receber esse incen-

tivo, um sinal de que estamos trabalhando no cami-

nho certo. Recebemos dezenas de cartas de associa-

dos que pedem agilidade e mais atuação da ANABB no

quesito ações judiciais. No que depende da Associa-

ção e dos advogados próprios e contratados, reforço

que é realizado acompanhamento contínuo das ações

junto aos tribunais, com profissionalismo e esforço,

para que haja aceleramento dos processos e liquida-

ção mais rápida. Porém, do outro lado desse balcão de

cobrança, temos a Justiça. E aí precisamos lidar com

uma série de problemas, tais como falta de pessoal,

infraestrutura precária, jurisprudência nacional não

uniformizada.

A morosidade nos despachos e no julgamento das

ações tem frustrado aqueles que procuram o Poder Ju-

diciário de forma geral. Em diversas vezes, a decisão

final é tão tardia que se torna inútil. Nas ações dos

associados, temos uma situação ainda mais complica-

da. Os processos ajuizados são principalmente contra

a União e a Caixa Econômica Federal (CEF) e esses en-

tes possuem prerrogativas processuais que atrasam o

andamento do processo. Por exemplo, antes da entra-

da em vigor do novo Código de Processo Civil, a União

possuía prazo em quádruplo para contestar e em

dobro para recorrer. Isso significa que, ajuizada uma

ação contra a União, ela poderia apresentar contes-

tação em até 60 dias, enquanto um cidadão comum

O IMPORTANTE

É PERSISTIR

SEMPRE

Reinaldo Fujimoto – Presidente