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Jornal AÇÃO

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Mar-Abr/2015

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a idade de cada pessoa da família, que é o

segundo modelo. Assim, pagariam menos por

seus filhos e outros pagariam mais por si e

por seus cônjuges.

Ocorre que alguns que julgam cuidar bem

de sua saúde podem perceber que estarão

pagando para si e seus cônjuges para pouco

usarem os serviços médicos, o que significa

que estarão pagando parte dos gastos de ou-

tros que pouco se preocupam ou cuidam de

sua saúde. E isso pode inviabilizar que con-

sigam pagar, pelo risco de uso pela idade, o

Plano de Assistência para todos os membros

de sua família. Esses, na ótica de que “os ou-

tros estão levando vantagem”, poderão optar

pelo risco de uso não de acordo com a idade

de cada pessoa da família, que é o segundo

modelo, mas sim pelo rateio proporcional ao

uso efetivo, que é o terceiro modelo. Assim,

pagariam menos por cuidar melhor de sua

saúde e os outros pagariam mais por não cui-

dar de sua saúde. Esse caso é o de não ter

plano de saúde. Se cada um pagar pelo seu

gasto efetivo, não há de se falar em plano co-

mum de saúde. É cada um por si. Quem pode

paga e quem não pode reza.

Todas essas possibilidades de rateio são

formas justas e legítimas de pagar a conta

global. E todas partem do princípio de que

“eu estou pagando mais do que devo” e de

que “eu sei que eu não vou precisar tanto

quanto os que ora precisam”. Mas quem po-

derá afirmar isso sem sombra de dúvida?

O fato é que qualquer modelo estabelecido

por uma forma de uso ou risco de uso pode

garantir o pagamento da conta global, mas

não garantirá que todos possam usar o siste-

ma sempre que precisarem.

O princípio da solidariedade garante que

um mesmo sacrifício proporcional de todos

pode garantir o atendimento de todos, quando

for necessário, e da forma mais adequada. Ao

verificar a projeção de gastos com consultas,

exames, atendimentos médicos, internações,

cirurgias, entre outros, e apurar quanto isso

representa do somatório de nossos salários,

se todos pudermos pagar um mesmo percen-

tual do quanto ganharmos – mesmo sacrifício

proporcional para todos – com a certeza de

atendimento de quem precisar hoje, amanhã

ou em um futuro distante, eu, um colega ou

um dos membros de nossas famílias teremos

a atenção que necessitarmos para nos man-

ter com saúde junto a nossos familiares. Fica

o alerta para quem optar por refletir.

Participação da ANABB

A ANABB tem promovido reuniões, junto com

outras entidades representativas do funciona-

lismo do BB, com os diretores eleitos da Cassi

e com o Banco do Brasil, no intuito de levantar

propostas que possam contribuir para o equacio-

namento da situação financeira da Caixa de As-

sistência. Um dos maiores eventos foi realizado

na AABB de Brasília, em 9 de fevereiro, e contou

com a presença de 64 entidades de 26 estados.

Nesses encontros, as entidades reunidas le-

vantaram propostas para a solução dos proble-

mas da Cassi. Foram diversos os apelos para que

a unidade das entidades representativas dos

funcionários do BB fosse mantida durante todo

o processo de negociação, com debates sobre as

diversas ideias apresentadas. É necessário que

haja persistência e disposição ao diálogo. Há di-

versas alternativas para a solução do desequilí-

brio financeiro da Cassi. A ANABB está disposta

a trabalhar pela busca de consenso com relação

a essas ideias, com foco na construção de um fu-

turo sustentável para nossa Caixa de Assistência.

Acompanhe os posicionamentos das entidades e

os debates pelo

site

www.anabb.org.br

.

Entenda as reservas da Cassi

As reservas da Cassi, até 31 de dezembro de 2014, eram

de, aproximadamente, R$ 1,6 bilhão. Para a Agência Nacio-

nal de Saúde Suplementar (ANS), esse total é considerado

a Reserva da Instituição. Na Cassi, esse valor é segregado

entre os Planos de Associados e Cassi Família, cabendo

cerca de R$ 800 milhões para cada um. No Plano de As-

sociados, ao fim de 2014, cerca de R$ 300 milhões eram

reservas livres, que podem ser utilizadas para seu custeio.

A outra parte é de reservas obrigatórias, como a Provisão

para Eventos Ocorridos e não Avisados (Peona). Os

déficits

consomem as reservas livres e, depois destas, começam

a consumir a reserva obrigatória – a Peona. Nesse caso,

se o plano de saúde utilizar a reserva não disponível para

pagamento de suas contas pode ser considerado um plano

em situação de insolvência pela ANS, que pode, a qualquer

momento, exigir um plano especial de compromisso de re-

constituição de reservas. Em caso de não cumprimento, a

ANS pode ensejar intervenção na entidade com o propósito

de reequilibrar o plano.

O Plano de Associados teve

déficit

de R$ 177 milhões

em 2014. A previsão de

déficit

para 2015 é de R$ 200 mi-

lhões. Com esta previsão, o Conselho Deliberativo da Cassi

não aprovou o orçamento para este ano. Tudo está sendo

contingenciado na Caixa de Assistência. Apesar disso, as

reservas livres estão sendo consumidas. Ao longo de 2015,

se nada for feito, é certo que elas acabarão. Isso pode pro-

vocar ação da ANS e até mesmo intervenção que pode ter

como um dos desdobramentos o eventual corte de cobertu-

ras assistenciais. É por tudo isso que as negociações com o

Banco precisam avançar rapidamente e com consistência.