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Jul-Ago/2017
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Jornal AÇÃO
piratas por serem mais baratos, com a justificativa
de não acreditar fazer mal a alguém, enquanto 36%
avaliam que, para ganhar dinheiro, nem sempre é
possível ser ético.
“É verdade que jovens compram produtos
pirateados em razão do preço, mas é importante notar
que a pesquisa mostra que 72% sabem que deixar
de comprá-los tornaria o Brasil mais ético. Então, são
atitudes enraizadas, são falhas que cometemos no
automático, não estamos pensando nelas ao praticá-
las. Deixamos de atravessar a pista na faixa, falamos
ao telefone enquanto dirigimos, mesmo sabendo que
a lei nos proíbe de fazer isso. São pequenos atos
ilegais que fazemos no automático”, exemplifica o
presidente-executivo do ETCO, Edson Vismona.
Vismona enfatiza ainda que é preciso
que a sociedade assuma seus erros e suas
responsabilidades perante a Nação para que haja
transformação. “Precisamos transformar isso em
uma reflexão pessoal. O erro está sempre no outro,
mas, para o outro, eu sou o outro. Então, precisamos
refletir sobre nossas atitudes diárias em nossas
famílias, na criação de nossos filhos e, acima disso,
precisamos mostrar bons exemplos, fazer o bem, ser
pessoas honestas, pois elas são a maioria, motivando
nossos jovens a assumir uma postura ética cada vez
mais firme”, reflete.
COMO MUDAR?
Estudiososeespecialistas sãounânimesemafirmar
que é possível mudar este cenário do país, desde que
a sociedade reconheça suas responsabilidades com
Se a sociedade
não criar condições para
a formação de uma elite
política virtuosa, votar
será um mero ato de
escolha entre os menos
virtuosos e
incapazes.
BRUNO GARSCHAGEN
É autor do best-seller Pare de Acreditar no Governo
- Por que os Brasileiros não Confiam nos Políticos e
Amam o Estado (Editora Record, 2015, 8ª edição). É
professor de Ciência Política, tradutor, colunista do
jornal Gazeta do Povo, podcaster do Instituto Mises
Brasil e foi colaborador do site do jornal Extra.