10
|
Set-Out/2013
|
Jornal AÇÃO
EDUCAÇÃO FINANCEIRA
Educação financeira
começa cedo
Entre as muitas datas comemoradas em outubro, ne-
nhuma nos enche tanto de alegria e esperança quanto o
Dia das Crianças, ainda que no mesmo dia se celebre o
dia da nossa padroeira e o aniversário da principal fonte
de renda da maioria de nós.
Por isso, o artigo deste mês será diferente. Nele,
apresentamos dicas e respostas comentadas quanto às
principais dúvidas sobre mesada para contribuir com a
educação financeira de nossas crianças e, por que não
dizer, para assegurar nossa tranquilidade financeira na
aposentadoria. Digo isso porque minha experiência com
fundos de pensão indica que boa parte de aposentados
e pensionistas endividados está nessa situação por as-
sumir, indevidamente, despesas de filhos e netos. E, se
chegaram a essa situação, a alguma dessas gerações,
ou a todas, faltou educação financeira.
Os pais estão obrigados a dar mesada aos filhos?
De maneira nenhuma. Porém, se assumirem esse
compromisso, devem honrá-lo no valor e nas datas com-
binadas. Afinal, responsabilidade com a adimplência é
exemplo que se passa de pais para filhos.
Em que idade começar?
Aos 6 ou 7 anos, pode-se iniciar a semanada. A par-
tir dos 10 anos, a periodicidade pode se tornar mensal.
Nesse intervalo, pode-se ou não adotar a quinzenada.
Sempre, claro, observando-se a maturidade da criança.
Os pais podem controlar o uso da mesada?
Podem e devem. Quanto menor a responsabilidade
demonstrada pelo uso, mais intenso deve ser o controle.
Lembrando-se que a mesada é apenas um instrumento
e precisa de orientação para ser bem usada. Na adoles-
cência, o maior perigo é o mau uso do dinheiro, inclusive
com drogas.
Posso antecipar o valor da mesada?
Como regra geral, não. As crianças precisam apren-
der a esperar e a respeitar datas e prazos. Precisam
organizar suas finanças. Em casos eventuais, pode ser
antecipada, mediante negociação de desconto, para
mostrar que o dinheiro tem custo no tempo. Pode ser
um valor simbólico, mas deve existir.
E se eu atrasar o pagamento da mesada?
Vale a mesma regra, ainda que o atraso seja de um
dia apenas. Deve ser paga com multa, também simbóli-
ca, tipo um ou dois reais, conforme o valor da mesada.
O dinheiro para o lanche na escola deve ser incluído
na mesada?
Não. Quando for o caso, deve ser dado separado. Isso
para evitar que a criança deixe de se alimentar para usar
o dinheiro em outra coisa, como comprar figurinhas. Se
optar por não lanchar, deve devolver o dinheiro aos pais.
Na adolescência, essa regra muda.
O desempenho escolar deve influenciar no valor da
mesada?
Não. Estudar é uma obrigação social. Boas notas e
deveres escolares devem ser cobrados e valorizados
pelos pais, e não estimulados ou atrelados a dinheiro.
Mau desempenho deve ter suas causas investigadas e
soluções devem ser apresentadas. Reduzir ou cortar a
mesada não resolve a situação e gera revolta. Vincular
dinheiro a compromisso ou desempenho escolar pode
ainda estimular uma mentalidade mercenária.
Por Álvaro Modernell, especialista em Educação Financeira e Previdenciária
Faz parte da política da ANABB o incentivo à educação financeira. A instituição
investe empráticas para que o controle nas contas de hoje possa resultar em
um futuro melhor. Confira o artigo do consultor, comdicas sobre mesada
1,2,3,4,5,6,7,8,9 11,12,13,14,15,16,17,18,19,20,...32