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Jornal AÇÃO Especial – 1º PRÊMIO CIDADANIA VIVA

HOMENAGEM

os clássicos

Concerto de Brandenburgo nº 3

e

Jesus Alegria dos Homens

, de Johann Sebastian

Bach, e

Bachiana nº 5

, de Heitor Villa-Lobos, eles

foram responsáveis por muitas lágrimas, sorrisos e

emoções que marcaram a noite.

O maestro, por si só, carrega uma energia que con-

tagia o ambiente. Quem o encontra parece conhecê-lo

há tempos, porque ele agrega, une e traz esperança.

Dá conselhos e renova os sentimentos. Por ser exem-

plo de vida, de superação, de motivação, foi escolhido

para ser o homenageado na primeira edição do prê-

mio. Na ocasião, ele recebeu um troféu das mãos da

Diretoria do Instituto VIVA CIDADANIA.

Em um camarim, um senhor sorridente e

atencioso atendia os pedidos dos fãs que tenta-

vam registrar um precioso momento. Do lado de

fora, um grupo de jovens dedilhava lindos acor-

des em busca de um som perfeito. Esse senhor

não conhecia o grupo e, no entanto, para o grupo

esse senhor era uma espécie de mito. Ambos de-

veriam se encontrar, pois a orquestra é o instru-

mento do maestro e um completa o outro.

Esse explosivo encontro aconteceu em 4

de setembro, durante o 1º Prêmio CIDADANIA

VIVA, entre o maestro João Carlos Martins e a

Orquestra do Instituto Reciclando Sons. Com

Ação

: O senhor é visto por muitos como um exemplo de

superação, é admirado por milhares de pessoas no Bra-

sil e no exterior. Como lida com essa realidade?

Maestro:

Não considero meu caso como superação, con-

sidero-o como teimosia. Uma adversidade pode ser um

caminho para o abismo, como também pode ser uma pla-

taforma para se alcançar novos voos na vida. Eu procurei

fazer de cadaadversidadeemminha vidaumsímbolopara

um passo futuro. Se você me perguntar se já tive momen-

tos de depressão, direi que sim. Mas esses momentos de

depressão não foram mais fortes do que a vontade de ul-

trapassar um obstáculo praticamente intransponível. Acre-

dito que existem dois tipos de obstáculos: aqueles que se

mostram como intransponíveis e para os quais é preciso

ter muita determinação, acreditar em uma força superior

e ter uma força interior para ultrapassá-los; e aqueles que

Deus coloca no destino como impossíveis de ultrapassar e

para os quais é preciso muita humildade. O grande segre-

do da vida é saber distinguir um obstáculo do outro.

Ação

: Como repassa toda essa determinação para ou-

tras pessoas?

Maestro:

Passei a assumir uma responsabilidade perante

terceiros. Simplesmente sou um pianista que perdeu as

mãos para o piano. É um caso muito menor do que o de

uma pessoa que, por exemplo, ficou tetraplégica, ou que

tenha perdido a visão. Mas, pela exposição na mídia, aca-

bei virando uma espécie de símbolo para enfrentar uma

adversidade na vida física. Com isso, minha responsabi-

lidade aumentou muito. Hoje, em qualquer aeroporto a

que chego, as pessoas relatammomentos difíceis de suas

vidas e como renovaram a esperança depois de ver uma

entrevista minha. Todos os dias, acontecem coisas nesse

Veja a entrevista comomaestro

SUPERAÇÃO OU TEIMOSIA?