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de defender a instituição em que trabalho do jeito que

preciso fazer agora.

Tem muita gente séria e bem intencionada que

utiliza a internet. Contudo, muitos grupos utilizam

a rede virtual como arma de combate, e não como

instrumento para o debate democrático. Se, de um

lado, tentamos criar um ambiente saudável para

discussão, de outro, somos considerados oportu-

nistas e sem posicionamento.

Por vezes, vejo-me obrigado a despender um

precioso tempo de trabalho para a Associação ten-

tando administrar crises, que não são da ANABB,

mas dos verdadeiros oportunistas que se masca-

ram de internautas para vender ideologias e cobrar

atitudes que não ajudam ninguém, apenas servem

para gerar insólitas discussões.

Tenho plena convicção de que essas “pessoas” só

estão dispostas a fazer barulho, procurando impor con-

ceitos que favorecemnichos, e não a coletividade. Tanto

aCassi quanto aPrevi e aprópriaANABBnãopodemser

tratadas apenas soboolhar dequemas dirige. Épreciso

reunir e agregar outras entidades para transformar ao

máximo o pensamento do associado em ações.

Desde 2012, a nova Diretoria da ANABB enfrenta

o desafio de fazer uma gestão voltada para a transpa-

rência. A disponibilização da informação no

site

e no

jornal é prioridade. Além disso, reforço um ato inédito

que foi a criação da aba TRANSPARÊNCIA no

site

da

ANABB. O canal passou a existir nessa gestão e possi-

bilita o acesso aos mais importantes documentos da

entidade, inclusive aos assuntos discutidos nos conse-

lhos e na Diretoria.

Também relembro o que vem sendo feito nas elei-

ções para integrantes de entidades do funcionalismo

do BB. A ANABB, desde 2012, participa de forma dife-

renciada dos processos de escolha de seus dirigentes,

promovendo o debate e levando ao associado a infor-

mação que verdadeiramente interessa. Aos poucos,

percebo que a ANABB está se moldando a um novo

modelo de governança, baseado em regras que regem

as grandes e vitoriosas empresas.

Por fim, compartilho do pensamento do escritor

Robert Greene, que diz que os maiores guerreiros,

seja nos campos de batalha, seja nas salas de es-

tratégia, sempre demonstram prudência, agilidade,

equilíbrio e calma, e a certeza de que a compreen-

são, a intuição e o raciocínio sempre vencerão o

pânico e a estupidez.

Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me

a dar um passeio no bosque e eu aceitei com

prazer. Ele se deteve numa clareira e, depois de

um pequeno silêncio me perguntou:

– Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo

mais alguma coisa?

Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:

– Estou ouvindo um barulho de carroça.

– Isso mesmo – disse meu pai – É uma carroça

vazia.

Perguntei a meu pai:

– Como pode saber que a carroça está vazia, se

ainda não a vimos?

– Ora – respondeu meu pai –, é muito fácil

saber que uma carroça está vazia por causa do

barulho. Quanto mais vazia a carroça, maior é o

barulho que faz.

Tornei-me adulto e, até hoje, quando vejo uma

pessoa falando demais, gritando para intimidar,

tratando o próximo com grossura inoportuna,

prepotente, interrompendo a conversa de todo

mundo e querendo demonstrar que é a dona da

razão e da verdade absoluta, tenho a impressão

de ouvir a voz de meu pai dizendo: “quanto mais

vazia a carroça, mais barulho ela faz”.

A história em epígrafe parece-me bastante oportu-

na nos dias de hoje. Por muitos lugares em que passa-

mos, é comumver pessoas que gostamde se destacar

pela imposição de ideias, e não pelo reconhecimento

de suas ações. E o pior, apropriam-se de informações

para transformá-las em poder político ou econômico.

Muitos estudiosos da comunicação afirmam que in-

formação é poder. Há quem defenda que a mídia pro-

voca comportamentos, influencia atitudes e cria ideolo-

gias, pois aqueles que detêma informaçãoemprimeira

mão podem disseminá-la da forma mais “conveniente”.

Por outro lado, a informação emitida isoladamente

não representa muita coisa. Apenas confunde, gera

movimentação e torna-se fugaz. Quando emitida de

forma organizada, transforma-se em conhecimento e,

assim, pode fazer a diferença na vida das pessoas.

Vejo isso na própria ANABB. Somos frequentemen-

te alvo de informações inverídicas, tendenciosas e, até

mesmo, mentirosas. Aposentado do Banco do Brasil

há sete anos, dediquei-me especialmente à área finan-

ceira e sei que a especulação é artifício que se faz pre-

sente em diversas atividades laborais. Mas nunca tive

OPINIÃO

O BARULHO DA CARROÇA

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Reinaldo Fujimoto

Vice-presidente Administrativo Financeiro

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