Ação 226 - page 28

OPINIÃO
Construir o Brasil requer garra e determi-
nação para defender ideias, mas sempre res-
peitando as opiniões dos outros. Passar even-
tualmente dos limites é falta, o que pode ser
perdoável. Porém, ter o desrespeito e a ofensa
como prática é caso de “cartão vermelho”, ou
seja, de rejeição.
O país em que eu gostaria de viver com mi-
nha família é o Brasil no qual eu vivo. É o país
que na Copa se une em torno de uma seleção. É
um país em que, apesar de dificuldades e triste-
zas, prevalece o riso e a alegria.
É o país de um povo que luta permanente-
mente para ter melhor qualidade de vida, boas
condições de trabalho e mais oportunidades,
sem que isso reduza a força de sua solidarie-
dade. É um país que busca viver sem violência
e que anseia por tal conquista como fruto de
harmonia social, e não de ação policial.
Desde 1994, ano de Copa é ano de ELEIÇÃO.
Na Copa, unimo-nos por nosso Brasil-Nação-
-Seleção. Nas eleições, escolhemos um grupo
de brasileiros para governar nosso país até a
próxima Copa.
Certamente, estamos unidos no Brasil da
Copa. Certamente, estaremos disputando, divi-
didos, a próxima eleição. Eu tenho meu candi-
dato que é tão legítimo quanto os candidatos
dos demais brasileiros. Seja quem for o vence-
dor da disputa eleitoral, terá de governar para
todos, e não só para os que lhe deram o voto.
Assim, sempre estará sujeito a apoios e críticas,
que são a alma da democracia.
Entre Copa e Brasil, fico com a alegria da
Copa e com o desafio do Brasil em que todos
lutam pela felicidade, sabendo que a disputa
eleitoral e as divergências não impedirão nossa
união na próxima Copa.
Copa ou Brasil? Essa pergunta pode soar
como provocação para uns e como balela para
outros. Na verdade, esse questionamento, com
caráter maniqueísta, é proposto pela grande im-
prensa e pelos maus políticos que apostaram
no fracasso da Copa e nos eventuais problemas
que poderiam ocorrer e seriam atribuídos a
seus adversários em cada Estado. Apoiando ou
não os governos federal e estaduais, gostando
ou não de futebol, precisamos refletir sobre as
duas coisas separadamente.
Gostar de Copa é coisa de quem gosta de es-
porte, em especial de futebol. É coisa de quem
gosta de alegria e vibração. É coisa de quem
gosta de desafio, disputa e competição não só
em seu país.
Gostar do Brasil é coisa de quem gosta de
desafio. É coisa de quem gosta de conviver com
seu vizinho. É coisa de quem ri e chora, se gaba
e sofre com as coisas boas e com as coisas
ruins de cada dia, e não só em dias de Copa.
Gostar de Copa é virar um cara-pintada nas
ruas e nos estádios, vibrando em sintonia com
os que torcem pelo time de seu país e zoando
com os que preferem seus adversários. É fazer
coro de incentivo para seu time e corrente para
inibir o outro lado.
Gostar do Brasil é virar um cara-pintada nas
ruas para brincar o Carnaval ou nas manifes-
tações para mudar os rumos das políticas que
não representam a maioria do povo. É participar
dos debates políticos com ardor para aprovar ou
rejeitar propostas.
Na Copa, jogar com raça e paixão é requisito,
mas isso precisa acontecer dentro das regras.
Ser duro com os adversários fora das regras é
falta. Falta intencional é cartão. Reincidência é
expulsão – fora do jogo.
Fernando Amaral
Vice-presidente de Relações Institucionais |
Gostar de Copa
e Gostar do
Brasil
| @anabbevoce |
| facebook.com/anabbevoce
1...,18,19,20,21,22,23,24,25,26,27 28
Powered by FlippingBook