Jornal Ação 248

28 | Jan-Fev/2018 | Jo rnal AÇÃO OPINIÃO www.anabb.org.br | @anabbevoce | vicom@anabb.org.br | facebook.com/anabbevoce em grupos de pressão, com o objetivo de interferir nas decisões dos grupos dos que mandavam. Cada nível com seu grupo que manda (Legisla- tivo) e com seu grupo que obedece (Executivo). É bem verdade que este último detém também poder decisório, seja porque edita normas e resoluções, seja porque celebra contratos. Na realidade, tanto o Legislativo quanto o Exe- cutivo devem estar a serviço de toda a sociedade. É para isso que tomam corpo as atividades das forças de pressão ou atividades de lobby , ou seja, tendentes a influenciar a tomada de decisão admi- nistrativa ou legislativa. Em seus primórdios, segundo aqueles que atri- buem a origem americana a essas atividades, as forças de pressão eram exercidas em dependên- cias de hotéis chamadas lobby , palavra de origem inglesa que significa “antessala” ou “salão”, na tra- dução literal para a língua portuguesa. Explica-se: segundo tais estudiosos, os presi- dentes dos Estados Unidos passavam, depois de eleitos e antes da posse, por um período de qua- rentena hospedados em hotéis, em que desenvol- viam seus planos de governo, assessorados por pessoas de sua confiança. Daí a origem do nome atribuído à atividade, em face de o exercício dessas forças de pressão se dar nos lobbies . A Constituição Cidadã (1988) deu força ao asso- ciativismo. E o legislador ordinário vem procurando estabelecer legislação para regulamentar o lobby 1 . Tudo de modo que estabeleça padrões de compor- tamento para os agentes de lobby , sejam pessoas físicas, sejam jurídicas. Assim, quero chamar sua atenção e pedir sua contribuição. Pesquise sobre o tema. Reúna as pessoas de seu grupo, sendo ou não associado da ANABB, e lute para fazê-la cada vez maior e, por- tanto, mais forte. Quanto mais forte, mais a ANABB será ouvida. Seja pela Direção do Banco do Brasil, seja pelos parlamentares, seja pelos órgãos do Executivo, seja, ainda, pela imprensa. Em síntese, por quem decide ou é formador de opinião. Ah! Quase ia me esquecendo. Lóbi é a versão do termo em português. 1 Projetos de Lei 6.132/1990, 6.928/2002 e 1.202/2007. No Brasil destes tempos de LAVA JATO e de venda e compra de votos para manter mandatos, o lobby vem ganhando notoriedade nos meios de comuni- cação, principalmente em sua vertente negativa e sobretudo pelas altas cifras envolvidas. Fala-se em negociações com a bancada ruralista, bancada in- dustrial, bancada dos frigoríficos etc. Já em países mais desenvolvidos, como Estados Unidos e outros europeus, o lobby é considerado uma atividade legí- tima e característica da democracia, sendo regula- mentado em leis, o que o torna mais transparente. Ao pesquisar sobre lobby , aprende-se, além de sua origem e de suas formas, que sua maior clien- tela é constituída de grandes corporações, do setor farmacêutico ao setor automobilístico, da indústria do tabaco às megaconstrutoras. Vê-se, nos exem- plos, grande poderio econômico. E as pessoas físicas, nós, trabalhadores, com salários cada vez mais achatados e com direitos aviltados, como podemos nos defender, como po- demos nos fazer ouvir, senão por meio de nossos sindicatos e nossas associações? Não tenho a pretensão de ensinar lobby para ninguém. Para isso, temos a internet (Wikipédia). O que pretendo é tão somente chamar atenção dos amigos para o tema, de forma que possam compre- ender o papel da ANABB no desempenho de suas atividades em defesa dos interesses dos associa- dos, razão de ser da entidade. É nula minha formação acadêmica em antropo- logia, sobretudo em suas dimensões social e cul- tural. Isso não me impede de concluir que, desde que começou a viver em comunidade, o ser huma- no é dividido em dois grupos bem distintos e com características nitidamente específicas. A primeira divisão, a meu ver, ocorreu entre o grupo dos que mandavam (pelo domínio da força física, do poder econômico, do desenvolvimento intelectual etc.) e o grupo dos que (tendo juízo, brinca-se hoje) obe- deciam. Ou seja: um dos que decidiam as regras e outro dos que as cumpriam. Simples assim. Outra conclusão a que minha incipiência antro- pológica me permite chegar é que o passar dos tempos levou ao surgimento, em cada um desses grupos, sobretudo dos que cumpriam as regras, de subgrupos de interesses, transformados depois JOÃO BOTELHO Vice-presidente de Relações Institucionais virin@anabb.org.br LÓBI OU LOBBY

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